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Uma Idéia Na Cabeça E Muito Dinheiro No Bolso

Mas não aconteceu do dia pra noite. Sorte? Persistência? A pessoa certa no lugar certo? É uma união de coisas que, junto a identificação de um nicho de mercado, fizeram com que uma idéia para resolver um assunto pessoal, se transformasse em uma empresa milionária.

Mapa do Tesouro da Internet

Mapa do Tesouro da Internet

O site Buscapé foi vendido aos Sul-Africanos do Naspers em um negócio que envolveu US$ 342 milhões. Só não direi que a empresa partiu do zero para este valor atual em apenas 10 anos, pois inicialmente os sócios economizavam R$ 100 por mês de seus salários de estágio, investindo numa ferramenta de internet para comparar preços de produtos vendidos nas lojas, tudo para adquirir uma impressora. Não tinham o intuito de ficar milionários, muito menos viajar pelo mundo de férias por alguns anos. Queriam apenas resolver um assunto pessoal, facilitar um processo de busca, quando se descobriu que ninguém havia pensado nisso até então.

No tempo das cavernas a propaganda era feita de boca a boca, talvez com o uso de fumaça. Com o rádio, a divulgação passou a ser mais difundida, e logo em seguida a TV fez com que o marketing criasse novos desejos de consumo. A grande questão sempre foi atingir um maior número de pessoas, seja qual fosse o segmento. A poucas décadas atrás surgiu uma ferramenta que cumpre bem esse papel, de forma praticamente instantânea. A internet. Com ela novas idéias apareceram, novas maneiras de facilitar nossas vidas, mundando hábitos, criando novos desejos, novas formas de divulgação. E quem identificou as necessidades antes, criando formas simples e eficientes para se atingir o público, quem entendeu como a internet deve se incluir no marketing e comunicação, se tornou milionário.

Romero Rodrigues Presidente do Buscapé

Romero Rodrigues Presidente do Buscapé

Mas de onde vem grande parte da receita do site? Ao fazer uma busca de preços no Buscapé, se o consumidor clica sobre determinado produto cadastrado, o lojista detentor deste paga pelo clique ao Buscapé, mesmo que a venda não seja concluída. O site hoje está em diversos países, captando e fazendo comparações de preços de diversas lojas virtuais, é um negócio milionário, e eu nunca cliquei no seu endereço eletrônico para pesquisar ou comprar o que quer que fosse. Confesso que a primeira vez foi essa semana, quando da divulgação de sua venda ao Naspers. Se é uma empresa de sucesso, alguém está clicando. Seja aqui no Brasil, seja na África.

Penso que da mesma forma que empresas de internet existem e fazem novos ricos pelo mundo, sem mesmo você ter participação ou conhecimento, muitas novas formas de enriquecer com a rede de computadores podem ser identificadas. Alguns dados divulgados pelo IBGE contribuem para acreditar nisto. No Brasil em cada 10 domicílios, 3 possuem PC, são 18 milhões de computadores para 191 milhões de brasileiros, e destes apenas 14 milhões estão conectados a internet. Ou seja, são 31,2% de domicílios brasileiros com computador, sendo que destes, somente 24% possuem acesso a internet. Outros dados interessantes mostram a grandeza do nosso país, sua concentração e desigualdades. Destes 14 milhões de PC´s no Brasil, 10 milhões estão localizados na região sudeste. O telefone, que é uma invenção de 1875, seja na forma residencial ou celular, ocupa pouco mais de 80% das casas brasileiras. Isto mostra o potencial de crescimento, identificação de novos nichos, de surgimento de novas idéias, que a internet nos reserva.

O Brasil é um país que não incentiva o surgimento de novas empresas. Não oferece condições para o desenvolvimento do empreendedorismo. Isto está fundido na cabeça das famílias, que preferem ver o filho entrar em uma empresa, saindo dela aposentado depois de 30 anos. Uma legião de funcionários acomodados, medrosos, que possuem boas idéias, mas não tem apoio nem mesmo da própria família para buscar a satisfação com seu próprio negócio. A provável prosperidade morre no primeiro, “não vai dar certo, não seja louco”. O apoio também não acontece nas universidades. Por outro lado, nosso país tem muito a crescer, pois esta nova geração já nasce conectada, com um acesso maior a informação. O público da web pode ser considerado mais qualificado, quando se comparado ao que não a utiliza. Um maior acesso a estas tecnologias pode homogeneizar o povo brasileiro, oferecendo maiores oportunidades ao atingir mais pessoas.

Curiosidade

Curiosidade

Falta de dinheiro e fracassos iniciais não são desculpas. Procurem ler a biografia do homem mais rico do Brasil, o bilionário Eike Batista, que começou comprando pedras preciosas em pequenas quantidades, com dinheiro emprestado e hoje possui negócios em diferentes áreas, um empreendedor nato. Outro exemplo é Silvio Santos, o grande comunicador, que fez fortuna vendendo inicialmente canetas, passando por propagandas de rádio, hoje dono de uma grande emissora de TV. Estes são estímulos, que agora somados a história da empresa Buscapé e seus fundadores, vem para acrescentar os exemplos de sucesso em nosso país, pessoas que transformam sua vocação em maneiras de ganhar dinheiro, muito dinheiro.

Transformar informação em conhecimento, persistência, curiosidade, prazer em descobrir coisas novas, inovação e novos milionários surgirão.

Músicas ouvidas durante o postVivendo do Ócio – Terra Virar Mente; Oh, Não!; Meu Precioso; É Melhor Pensar Duas Vezes; Dilema; Fora, Mônica; Seja Como Quiser; Viés; Lado Ruim, Hey!Hey!; Caindo na Estrada; Rock Pub Baby; Lado Ruim PT II; Amor Em Fúria. Móveis Coloniais de Acaju – Perca Peso (A Terceira Metade do Meu Estresse); Seria o Rolex (Ego e Latrina); Aluga-se-vende (Sujeito a Mudança); Copacabana (Devaneios de Um Cubano Cubista); Menina-moça (A Receita Que Ofélia Não Ensinou); Menina-moça (A Receita Que Ofélia Não Ensinou); Esquilo Não Samba (O Triste e Recorrente Medo); E agora, Gregório (Metamorfossa); Swing hum e meio (O Homem, a Verdade e a Castanha); Do Mesmo Ar (Pra não Dizer que Não Somos Melosos); Sadô-masô (A Vida é Tão Fácil Para Quem Não a Vive); Receio do Remorso (Remorso do Receio). (Destaque para todas).


Saber é Poder

Já se perguntou por que os carros desvalorizam após algum tempo de uso? Ou por que os bancos não baixam as taxas de juros mesmo com a grande demanda de empréstimos?

Fenômenos como estes são estudados através de uma teoria lançada por 3 ganhadores do prêmio Nobel de Economia, George Akerlof, Joseph Stiglitz e Michael Spence. É a Teoria dos Mercados de Informação Assimétrica, que foi desenvolvida lá nos anos 70. Segundo ela, no mercado cada agente possui um nível diferenciado de informação. Diretores são mais informados que acionistas sobre a lucratividade da empresa; Os vendedores conhecem melhor que os clientes a qualidade dos produtos; Por outro lado, os clientes sabem mais sobre o seu risco de acidente que as seguradoras.

Assimetria de informação está no nosso dia a dia, é parte de nossas vidas

O termo “informação assimétrica” é bastante usado pelas empresas de seguro, bem como no mercado financeiro, provocando verdadeiras revoluções nestas áreas. Para simplificar, a assimetria de informação acontece quando um dos agentes numa dada transação dispõe de informação (importante) que o outro não possui, ou até mesmo, quando um dos agentes não consegue antever as ações do outro. Assim, cria-se uma desvantagem para um dos lados.

Saber é Poder

Saber é Poder

Este cenário é considerado comum na economia, e também na sua vida. Atire a primeira pedra quem sabe tudo sobre tudo.

Exemplo: A venda de carros usados é uma informação imperfeita. Os carros podem possuir defeitos escondidos, alguns estão em piores condições que outros. Leva-se  também em consideração que somente vende quem tem o pior carro, e a um determinado nível de preços. Já os carros em melhores condições, logo são retirados do mercado (vendidos mais rapidamente). O comprador já vai para a negociação disposto a pagar um preço mais baixo pela mercadoria, já que quem tem um carro em bom estado, não quer vender, pois receberá pouco. Assim, restam no mercado os produtos de baixa qualidade, o que eleva a desconfiança dos consumidores. Isto responde a questão inicial, do por que de tamanha desvalorização após certo tempo.

O vendedor tem mais informação do que os compradores, ou seja, existe informação assimétrica entre vendedores e compradores.

Os compradores precisam de algumas sinalizações que indicam qualidade do produto (neste caso o carro) que está sendo ofertado. São ações para garantir a qualidade, como por exemplo o aumento da garantia, gasto maior com showroom (uma loja mais imponente) mostrando que os vendedores não pretendem desaparecer do mapa. A baixa kilometragem. O carro ser de um único dono. A procedência com todo o histórico do bem. O preço mais alto também pode sinalizar que a qualidade é mais alta. Todas estas formas de sinalização, servem para dar mais credibilidade ao produto ofertado.

Vende-se carro semi novo, baixa kilometragem, excelente estado de conservação

Vende-se carro semi novo, baixa kilometragem, econômico, único dono, com procedência, em excelente estado de conservação. Tratar no Ferro Velho.

Risco Moral

Este é um termo que vem do mercado de seguros. É uma forma de evitar a ocorrência (sinistro) para a qual o segurado tinha o seguro. Exemplo: Se o seguro fosse maior que 100% do valor da perda (do valor do bem), o assegurado poderia forçar a perda, o que seria considerado “imoral”. Este “risco moral”, refere-se a mudança de comportamento do segurado em função de não ter que comportar o custo total do atendimento. Exemplo, antes de fazer o seguro, a pessoa tinha uma postura cautelosa como condutor, afim de evitar acidentes e danos ao seu patrimônio (seu carro). Mas após assinar o seguro, o comportamento deste mesmo condutor muda de tal modo que, a probabilidade do resultado não favorável (sinistro) aumenta consideravelmente. Assim, a assimetria de informação também afeta o mercado de seguros, pois as companhias não conhecem a real situação de risco dos clientes (clientes duas caras, chame como quiser). Justamente por isto, as seguradoras desenvolveram incentivos para que os clientes revelem seu risco. Esta portanto, é uma forma de separar os bons clientes dos maus clientes.

Separar a clara da gema

Separar a clara da gema

No campo dos empréstimos bancários, quem geralmente pede dinheiro emprestado não consegue quitar sua dívida. Já quem pode pagar, está em condições financeiras melhores e por isto, não precisa de empréstimos. O mercado assim é composto por pessoas que não conseguem pagar pelos empréstimos. Com a inadimplência destes clientes, os juros aumentam, afastando potenciais clientes dos bancos e favorecendo a proliferação de agiotas. Para reduzir as perdas com os maus pagadores, as instituições bancárias preferem reduzir o volume de empréstimos a aumentar a taxa de juros.

O mesmo ocorre no mercado de seguros de saúde, onde as taxas são altíssimas e quem tem boa saúde não costuma ter plano de saúde. Os clientes das seguradoras são pessoas mais propensas a doenças (utilizar o seguro), o que reduz seu lucro.

Este ciclo que poderia levar ao colapso da economia, com prejuízos pessoais e falências generalizadas, faz com que as empresas e as pessoas usem os artifícios ditos acima, conduzindo para o aperfeiçoamento dos contratos, como forma de escapar à assimetria de informação.

Músicas ouvidas durante o postMarvin Gaye – Sexual Healing; Let´s Get It On; Please Stay (Once Your Away); If I Should Die Tonight; Keep Gettin’ It On; Come Get To This; Distant Lover; You Sure Love To Ball; Just To Keep You Satisfied; Song #3; My Love Is Growing; Cakes; Symphony; I’d Give My Life For You; I Love You Secretly; You Are The Man.  (Destaque para todas).


Prós e Contras da Fusão Sadia-Perdigão

A formação de megacorporações é ou não benéfica ao consumidor e ao mercado?

Esta é uma questão controversa. É uma discussão que permite saber como a sociedade reage a processos que não tem um controle completo.

É meus amigos, muito prazer, sou a globalização.

É meus amigos, muito prazer, sou a globalização.

Aqui no Brasil, já vivenciamos a criação da AmBev, a fusão de Kolynos e Colgate, Nestlé e Garoto e em maio de 2009 a fusão entre Perdigão e Sadia, resultando na Brasil Foods. Podemos analisar esta questão por diversos ângulos:

Do ângulo da empresa, muitas destas antes em crise e a beira da falência, a fusão passa a ser a melhor alternativa de sobrevivência num ambiente concorrencial. Estas se fortalecem, melhoram sua rentabilidade e se tornam mais competitivas para brigar com as corporações internacionais (a internacionalização é demonstrada no nome Brasil Foods, escolhido para designar a fusão entre Perdigão-Sadia). Existe a possibilidade de se diminuírem os custos com publicidade, distribuição e logística. Além de um maior investimento em pesquisa, maiores inovações, modernização, tornando o ramo de atuação da empresa mais dinâmico. Porém estes gastos com desenvolvimento do produto, muitas vezes não chegam ao consumidor, não impactando no preço final (os preços ao invés de caírem, podem até aumentar). Com isto, o faturamento destas megacorporações pode dobrar depois de alguns anos, como ocorreu com a fusão de Nestlé-Garoto. Com este aumento de preços, a participação no mercado que no início da fusão era quase que um monopólio, ao longo dos anos tende a diminuir consideravelmente (o consumidor não é totalmente burro), um exemplo é Kolynos-Colgate, que perdeu 14% do mercado em 8 anos.

Do ângulo do governo, e ai incluí-se a questão da economia do país, o número de empregos oferecidos por estas megacorporações além de se manter pode também aumentar, mais que dobrar em alguns casos, como da fusão entre Brahma-Antártica. É excelente para o país, pois este trabalhador estará recebendo salário e consumindo em diversos setores, movimentando a economia como um todo. Com a internacionalização da empresa, existe inclusive a abertura do mercado de trabalho para o brasileiro em outros países. Esta mesma internacionalização faz com que além do nome da empresa, o nome do Brasil seja levado ao exterior. Passamos a ser o país do futebol, do samba e de empresas lucrativas e competitivas. Com a fusão de empresas nacionais, afastamos o risco do capital estrangeiro adentrar em nosso país, ocasionando evasão de divisas. A arrecadação de impostos também aumenta, chegando a quadruplicar como ocorreu com a fusão entre Nestlé-Garoto e Brahma-Antártica. Estes impostos como todos nós sabemos, são revertidos para o nosso bem estar bem estar dos políticos.

Tem que rir pra não chorar.

Tem que rir pra não chorar.

Do ângulo do consumidor, a realidade é outra. Estas fusões significam a união de antigos rivais. É uma empresa a menos no mercado, diminuindo nossa liberdade de escolha. Este aumento de domínio do mercado, trás efeitos negativos para os consumidores e para os concorrentes menores. Antes, duas grandes empresas brigavam para oferecer o melhor produto, com o preço mais baixo para você. Mas agora estas empresas se uniram. Não existe mais a guerra para atrair consumidores, roubar consumidores da concorrência. O preço pode inclusive aumentar, já que não existirá mais a concorrente para forçar a queda nos preços muitas vezes abusivos. Sem contar a pressão realizada por estas megacorporações a fornecedores e ao seu Zé da mercearia, para evitar o aumento da concorrência.

 

aol-time-warnerAbro aqui um parêntese, pois existe também o outro lado da moeda, as fusões que não vingaram. Um exemplo que não deu certo foi a fusão das gigantes Time Warner e AOL em 2001, considerado um dos maiores da história, envolvendo US$ 124 bilhões. Recentemente, o negócio acabou sendo desfeito, pois nunca consumou a expectativa sobre sua viabilidade. É uma ironia, mas o que muitas megacorporações conseguiriam/melhoraram com a fusão, estas passarão a buscar a partir de agora seguindo com suas próprias pernas, separadas. O desmembramento vai oferecer às duas empresas uma maior flexibilidade estratégica e operacional.

Pois bem. Avaliando estes três ângulos (empresa, governo e consumidor), percebe-se que os maiores interessados e privilegiados são as próprias empresas e o governo. Para nós consumidores, resta esperar o julgamento dos órgãos que analisam estes casos de concorrência e abuso de poder econômico e nos representam. Um deles é o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que deve fazer um trabalho técnico e resistente a pressões políticas, já que é natural, na economia da concorrência e dos mercados, que haja interesses políticos por trás destas fusões.

A resposta para a pergunta inicial está longe de merecer um consenso de empresas, economistas e órgãos de defesa do consumidor. O que se espera com a fusão e o surgimento destas megacorporações, como Brahma-Antártica, Kolynos-Colgate e mais recentemente Sadia-Perdigão é a modernização destas empresas brasileiras, tornando-as mais competitivas no mercado externo, o aumento na arrecadação de impostos, a manutenção dos postos de trabalho, a diversidade e principalmente a qualidade de produtos, aliada a eficiência dos serviços prestados. Mas para nós consumidores, isso de nada adianta, se os preços praticados por estas megacorporações não sejam acessíveis e justos.

 

Fontes: The Economist, Kolynos Brasil, Nestlé, AmBev, ACNielsen.

 

Músicas ouvidas durante o postThe Divine Comedy – Something For The Weekend; Becoming More Like Alfie; Middle Class Heroes; In & Out of Paris & London; Charge; Songs of Love; Frog Princess; A Woman of The World; Through a Long & Sleepless Night; Casanova; The Dogs and Horses; Timestretched; Bad Ambassador; Perfect Love Song; Note to Self; Lost Property; Eye of The Needle; Love What You Do; Dumb It Down; Mastermind; Regeneration; The Beauty Regime; There is a Light That Never Goes Out (The Smiths cover).  (Destaque para todas).


1001 Sons

Sabe aquele som? Aquele que você ouve, e quer ouvir novamente, e depois novamente e não se cansa de tão bom que é?

Todos temos nossos discos prediletos, aqueles que fazemos questão de comprar para ouvir com qualidade, seja em CD ou LP. Como os estilos musicais são variados, existem diferentes estereótipos de pessoas:

Você pode ser um descobridor de novas bandas, aquele chato que toda semana aparece com uma novidade que nunca ninguém ouviu falar antes. Um “wannabe” querendo ser o mais “cult”, que sabe a diferença entre todos os estilos musicais e odeia agroboys que só ouvem música de fazer passinhos.

 

um cara diferenciado dos demais

um cara diferenciado dos demais

 

Pode ser um seguidor de determinada banda. Também chato, pois para você não existe e nunca vai existir banda melhor no mundo. Beatlemaníacos são assim.

Um nostálgico que só valoriza os sons do passado. Para estes, o que é realmente bom já aconteceu, não existem mais gratas surpresas na música. Tudo de melhor já foi escrito e cantado.

Um apreciador de blues, black music, dance, rap, disco, reggae, hip-hop, bossa nova, samba rock, folk, indie, britpop.  

Ou simplesmente ligar o som do carro, e aproveitar o que as rádios transmitem insessantemente, aquela mesma música dia após dia. Uma pessoa realmente desligada. Não ta nem ai.

Você pode ser qualquer um destes citados. Mas se você não se identifica com nenhum, porém gosta de boa música, deve conferir o livro 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer. Nele, críticos internacionais fizeram uma seleção especial de bandas da década de 50, até as mais atuais. De Frank Sinatra a Lauryn Hill, de Beatles a Oasis, Elvis Presley a Marilyn Manson, passando por Madonna, Fat Boy Slim, Manu Chao. Está tudo lá, diversos estilos musicais no livro de 950 páginas e pesando 2 quilos, muitas imagens, curiosidades e informações detalhadas de cada álbum. Artistas brasileiros também marcam presença com Os Mutantes, Sepultura, Caetano Veloso, Bebel Gilberto, entre outros. São discos inesquecíveis, agradando desde os mais despreocupados, até os mais chatos.

 

Colocaram na capa um cara que não tocava nada

Colocaram na capa um cara que não tocava nada

 

Eu havia dito que está tudo neste livro. Com uma avaliação mais precisa desta lista, vejo que estou muito enganado. Como os autores são sexagenários, o período de 50 à 80 foi mais valorizado, e mesmo assim deixaram de fora Chuck Berry, que revolucionou a música com a junção de blues e música country, tido por muitos como o inventor do Rock and Roll, influenciando bandas como Rolling Stones e Beatles. Também não concordo com alguns “artistas” desta lista. O que Britney Spears, Justin Timberlake e Christina Aguilera estão fazendo lá? Porque não estão Bob Marley, Interpol, 311, Asian Dub Foundation, Magic Numbers? Dizem que Roberto Carlos é rei. Rei do que? Nem foi lembrado. Na lista tem até Carlinhos Brown, que deve ser rei na Bahia.

Não é um livro para se levar a sério. É uma leitura descompromissada. Pode ser muito bem aproveitado em salas de espera de consultórios, como pode instigar o desejo de conhecer algum CD da lista. Certamente você vai discordar, como pode também ter uma grata surpresa. Possivelmente nesta seleção algo te agrada, afinal, gosto e mau gosto, cada um tem o seu.

Confira aqui a lista completa dos álbuns, ouça-os aqui, ou baixe alguns deles aqui.

 

Músicas ouvidas durante o post: Kings Of Leon (Live at Oxegen 2008) – Crawl (live); Black Thumbnail (live); Taper Jean Girl (live); My Party (live); Razz (live); Wasted Time (live); King Of The Rodeo (live) (Destaque); Fans (live); Arizona (live) (Destaque); Milk (live); Four Kicks (live); Mollys Chambers (live); California Waiting (live); The Bucket (live); On Call (live) (Destaque); McFearless (live); Pistol On Fire (live); Spiral Starcase (live); Trani (live); Knocked Up (live); Charmer (live); Slow Night, So Long (live). 


Pirataria Contemporânea

Os piratas da atualidade não tem uma perna de pau, não usam espadas e também não buscam saquear navios com baus de ouro. Seu ramo de atuação está mais moderno. Os piratas contemporâneos agora trabalham na distribuição barata ou gratuíta de filmes, músicas e livros. Estes piratas “batem de frente” com os grandes da indústria do entretenimento, utilizando a informática e a internet como arma.

Só escolher...

Só escolher...

A pirataria fez com que a indústria da música fosse reinventada. Hoje, dificilmente bandas vão ganhar os discos de ouro que eram entregues nos programas de auditório, pois o disco físico não vende como antigamente. Aliás este “antigamente é questão de alguns poucos anos atrás”. Lembro que quando comprava um CD, mesmo que não gostasse de todas as faixas contidas nele, passava a aprender a gostar de tanto ouvir. Era um prazer enorme ter o contato com o encarte, com as fotos, as letras. Hoje a música está mais descartável. É como simpatizar com uma pessoa logo no primeiro contato. Ou você gosta, ou vai pra lixeira.

A questão dos direitos autorais é bastante delicada. Com o avanço da tecnologia, hoje todos possuem câmeras digitais, ipods, pen drives. Transmitir informação através da internet está cada dia mais fácil. Com a globalização, temos acesso rápido a novidades e nunca estamos satisfeitos, queremos sempre mais e mais. Então, muitas coisas que são fotografadas, gravadas e armazenadas podem ser consideradas violação de direitos autorais. E quem se utiliza destas ferramentas são principalmente os mais jovens que tem uma outra visão sobre o mundo, que tem vontade de mudar, de ver e fazer acontecer tudo de uma forma diferente.

A pirataria que inicialmente foi vista (e ainda o é) como prejudicial, até mesmo por aqueles que se utilizam dela (atire uma pedra quem nunca viu, ouviu, ou leu algo pirata), veio para mudar as regras do mundo capitalista. Com ela as empresas são forçadas a se reinventar. Novas formas de distribuição e consumo de informação devem ser propostas, fazendo com que o consumidor final (todos nós) esteja mais satisfeito. Mesmo não gastando na compra de CD´s, a pessoa não deixa de gostar de música. O lucro para seu ídolo vem de outra forma, através de compra de camisetas e shows.

Oasis - Maine Road

Oasis - Maine Road

Um exemplo antigo relacionado a pirataria que pode ilustrar bem o que acontece na atualidade, foi a invenção do fonógrafo em 1877 por Thomas Edison. Enquanto trabalhava neste projeto, reproduzia em seu invento “Mary Tinha um Carneirinho”.  Os músicos que ganhavam dinheiro tocando ao vivo esta música, acusaram-no de violação de direitos autorais e imaginaram que com o fonógrafo, os músicos ficariam sem trabalho, acabando até mesmo com a música em si. É o que ocorre hoje com os downloads. Assim, foi inventado o sistema de pagamento de royalties. Thomas Edison inventou também o cinetógrafo (máquina de filmar), o cinetoscópio (caixa com imagens vistas em seu interior) e o vitascópio (projetor de filmes em tela). Edison, exigiu o pagamento de uma licença para quem quisesse utilizar seus inventos. Assim, alguns piratas cineastas da época, mudaram-se para continuar produzindo seus filmes, sem ter que pagar a licença. Através disto, os primeiros estúdios de Hollywood foram criados, como a FOX films.

Convenhamos, nada tira o prazer de ter um livro impresso em mãos, poder ler deitado numa rede, ou estar sentado na areia, hora lendo, hora observando o mar. Nada tira o prazer de estar numa sala de cinema, para ver aquele filme de ação numa tela gigante. Ou aquela comédia com 300 pessoas rindo com você. Sem contar sentar na última poltrona com a namorada, no escurinho do cinema…

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A empresa contemporânea, para ser competitiva precisa aprender a se reinventar. Pesquisar o mercado, entender o seu consumidor, antecipar tendências. A pirataria contemporânea é um caminho sem volta.

 

Músicas ouvidas durante o post: Nei Lisboa – Translucidação; Côte D’Azur; Bela; Confissão; Clichê; Mundos Seus;  Tropeço; A Verdade Não Me Ilude; The Importance Of Being Idle (Oasis cover); Muito. (Destaque para todas).  


Through the storms and the light, baby, you stood by my side.

Ouvindo a música “No I in Threesome” do Interpol, vieram a minha cabeça alguns acontecimentos desta última semana. Primeiro o engraçado filme que assisti chamado “As Loucuras de Dick e Jane”, com Jim Carrey interpretando um executivo que acaba de ser promovido na empresa em que trabalha. Como passaria a ganhar um salário mais elevado, sugere que sua esposa deixe o emprego, para passar mais tempo com o filho. Assim ela o faz. Mas acaba ocorrendo o inesperado. Dick passa a ser o vice-presidente de uma empresa falida. Com isto, a situação de conforto que o casal vivia, passou aos poucos, a ser de quase pobreza extrema.

Outra situação que foi bastante noticiada esta semana, foi a morte prematura da modelo brasileira de apenas 20 anos, que após ser levada ao hospital por problemas com bactérias, teve inicialmente suas mãos e pés amputados. Sua carreira como modelo até então de muito sucesso, foi interrompida por uma doença inesperada.

Nos dois casos, o destino pregou uma peça. Na obra cinematográfica, o marido possuia bens, um excelente cargo na empresa, mas perdeu tudo. Jane, mesmo na miséria, permaneceu ao lado de seu marido. Na obra da vida real, a modelo que era linda e saudável, ficou doente, sofreu perdas irreparáveis que seriam eternas se ela sobrevivesse. Seu namorado, teria o mesmo amor, o mesmo afeto, por uma mulher antes linda, e agora com deformidades físicas?

Parece besteira comparar uma comédia, com um drama. Um filme, com a realidade. Mas isto pode acontecer na vida de qualquer um. Qual seria então nossa atitude?

O título do post, que é parte da letra da canção do Interpol, vangloria exatamente isto, no caso do filme:

“Através das tempestades e da luz / Querida, você ficou ao meu lado / E a vida é vinho”

Já no caso da vida real, não sabemos o que seria do futuro do casal, mas continuando a letra da música:

“Mas há dias nesta vida / Quando você vê as marcas de dentes do tempo / Dois amantes se dividem”

É tudo muito fácil quando tudo está bem. Quando chegam as adversidades de surpresa, sabemos se a frase do padre vale realmente pra gente:

Na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença…

 

No I in Threesome do Interpol:

 

 

Músicas ouvidas durante o post: Interpol – Next Exit; Evil; Narc; Take You on a Cruise; Not Even Jail; Public Pervert; C’mere; A Time to Be So Small; Stella Was A Diver And She Was Always Down (Live); No I in Threesome; The Heinrich Maneuver; Rest My Chemistry; Who Do You Think?; The New (Destaque para todas).  


Descobrindo Kings of Leon

Parece estranho dizer que estou descobrindo uma banda que já está na mídia musical a alguns anos, mais precisamente desde 2002 quando do lançamento do primeiro EP.

kings of leon

kings of leon

Fato é, que ouvindo a excelente Rádio INDIE 103.1 (recomendo) ouvi um som que me agradou do início ao fim. E música boa é assim, de primeira já sabemos se fica no nosso HD ou vai logo pra lixeira. Esse tal som era “Sex On Fire” do último album dos Leon´s entitulado “Only By The Night”.

Passa a ser característica marcante das bandas, a tonalidade utilizada pelo vocalista. Cada um com sua maneira peculiar de soltar a voz. Neste caso, Caleb Followil (vocal e guitarrista), soube muito bem deixar a música atraente, com uma identidade. Veja você mesmo aqui Kings Of Leon – Sex On Fire. Com relação as outras faixas do álbum, posso dizer que é pra se ouvir do início ao fim (minha lixeira permaneceu vazia). 

Para quem “garimpa” bandas índie, é raro quando o som nos é apresentado via rádio (mesmo que esta seja online). As rádios possuem uma certa quantidade de músicas, que se repetem em suas programações, dia após dia. Deve ser muito chato ser radialista e ficar ouvindo sempre o mesmo som (principalmente se você não gosta). Aposto que no momento que vai rolar aquela determinada música, daquela determinada banda, o cara sai pra fumar um cigarrinho. Se for programação direta de 1 hora então, melhora. 

A quantidade de bandas com qualidade, que ficam famosas somente no underground, é diretamente proporcional aos alagamentos em Santa Catarina(humor negro eihm, que feio). Mas é uma enxurrada mesmo. Por isso não fique preso ao que toca nas rádios. Vá atrás de bandas desconhecidas, pois pode ser que exista uma interessante perdida por ai que você nunca imaginou conhecer, se for esperar sentado o que toca nas rádios então…

 

Link da Rádio Índie 103.1 http://www.indie1031.com/4045_Listen_Live.php?id=27

Link do site do Kings of Leon http://www.kingsofleon.com

 

Músicas ouvidas durante o post: Kings Of Leon – Closer; Use Somebody; 17 (destaque); Revelry; Sex On Fire(destaque); Manhattan; Crawl; Notion; I Want You (destaque); Be Somebody; Cold Desert.


Plágio

De acordo com o dicionário Houaiss, plagiar significa apresentar como da própria autoria uma obra seja ela artística, científica, ou de qualquer natureza que pertence a outrem. Fazer imitação de trabalho alheio. O espertinho plagiador acaba se apoderando de idéias que já foram colocadas em prática por terceiros, gozando de todo o crédito pela obra.

Pensei em escrever este post, pois no momento estou lendo “O Manual do Guerreiro da Luz” do grande Paulo Coelho.

paulo-coelho

Digo grande pois realmente sou fã de seus romances, é uma leitura gostosa, que prende a atenção até o final. Apesar de estar apenas nas primeiras páginas, pude notar que o conteúdo do livro tem muita semelhança com outro livro que ja li, chamado “O Príncipe” do historiador italiano e filósofo político Nicolau Maquiavel. Sendo taxado de revolucionário na época (1513), por possuir conteúdo polêmico, trata-se também de um “manual” como a obra de Paulo Coelho se intitula. Ambas trazem conselhos estratégicos para líderes e guerreiros. Maquiavel trouxe através de seus textos, um novo modo de pensar e refletir. Seus ensinamentos são amplamente utilizados por pessoas que querem falar bonito influentes, como políticos, governantes, líderes, empresários e em escolas e universidades pelo mundo. Paulo Coelho é um dos escritores mais lidos atualmente, tendo suas obras traduzidas em diversos idiomas.

 principe

Certamente Paulo Coelho se inspirou em Maquiavel para escrever seu livro. E isto não é uma atitude falha. Diariamente somos influenciados pela informação que nos cerca. Para um escritor é interessante que este saiba escrever com maestria, para isto a leitura de várias obras se torna imprescindível. Para um músico o processo é semelhante, é preciso uma fonte de inspiração. Esta muitas vezes vem de obras não tão conhecidas do público, para não “dar na cara” que é algo plagiado, copiado, inspirado ou o que quer que seja.

Indo para o campo da música, posso citar a banda de hardcore Garage Fuzz. Esta tem um som diferenciado das demais bandas do gênero. Em diversas entrevistas sitam como inspiração: Late Government Issue, Voivod, Husker Du, Samiam, The Saints, Celibate Rifles, China Drum, Captain Beyond, The Remains… Destas somente conheço o Samiam (bom pra caralho tem um excelente som).

Ficou famoso recentemente o caso envolvendo o Coldplay e o Guitarrista Joe Satriani. Justamente na única música que presta música de maior sucesso do último album Vila la Vida!(2008). Pesquisando mais um pouco encontrei outro caso, envolvendo desta vez o 311 com a introdução de “Long For The Flowers” do magnífico álbum Don´t Tread On Me (2006). Veja ouça e tire suas conclusões. 

Fica a pergunta no ar. Plágio, ou somente inspiração?

Certo é que, agora, em algum lugar do mundo, alguém está escrevendo, lendo uma frase, ouvindo uma música que pertenceu a outro. No início de todo o processo, este outro foi o começo da história.

 

Músicas ouvidas durante o post: Galaxie 500 – Blue Thunder; Tell Me; Snowstorm; When Will You Come Home; Decomposing Trees; Another Day; Leave The Planet; Plastic Bird; Isn’t It A Pity; Victory Garden; Ceremony; Cold Night; Submission; Final Day; When Will You Come Home; Moonshot (destaque); Flowers; Blue Thunder; Decomposing Trees; Don’t Let Our Youth Go To Waste; Flowers; Pictures; Parking Lot; Don’t Let Our Youth Go To Waste; Temperature’s Rising; Oblivious (destaque); It’s Getting Late; Instrumental; Tugboat; King Of Spain; Cheese & Onions(destaque).